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Como sobreviver aos ataques de "hacktivistas" e pichadores virtuais de plantão

Colaboração: Alexandro Silva

Data de Publicação: 02 de janeiro de 2012

Em 2011 as atividades hackers foram bastante divulgadas e passaram de mera brincadeira de jovens desocupados para ações "organizadas" com cunho político libertário.

Os grupos que ganharam um rápido prestigio foram o Anonymous e LuLzSec, uma boa parte do marketing em cima das ações destes grupos ficou a cargo das redes sociais, pastebin e do youtube. A partir dai novas facções como AnonymousBR, iPiratesGroup, LuLzSecBR, GreyHatBR, AntiSecBR e alguns pichadores virtuais foram surgindo em busca de seus 15 min de fama.

Analisando os resultados divulgados não é dificil entender o porque de tanto sucesso. Identifiquei erros simples como senhas fracas no ambiente de administação do sites (e.g. admin@dominio/manager) e muito (mas muito mesmo) SQLi e Blind SQLi.

Abaixo passo algumas dicas de como sobreviver após o comprometimento de sua infra-estrutura e como mitigar as falhas.

1 - Web Backdoors

Os web shells (1) (2) permitem o acesso ao ambiente comprometido mesmo após corrigidas as falhas. Estudar o código destas ferramentas facilita sua detecção e remoção.

Nestes casos um AV ajuda muito tanto no Ambiente Windows quanto no Linux, mas muito cuidado pois nem todos os AVs são capazes de detectar web backdoors bastantes conhecidos (e.g Symantec). Uma forma de validar a varredura é fazendo buscas manuais:

No Linux

  grep -RPl --include=*.{php,txt,asp} "(passthru|shell_exec|system|phpinfo|base64_decode|chmod|mkdir|fopen|fclose|readfile) *\(" /var/www/

No Windows

Usando a ferramenta de busca procure pelas palavras acima.

2 - Análise do alvo

Após o incidente é muito importante entender quais foram as vulnerabilidades que permitiram a invasão. Ferramentas para análise de vulnerabilidades como o Nessus, Arachni, Uniscan, Acunetix são de fundamental importância, pois elas indicam as possíveis portas de entrada e facilitam a criação do plano de mitigação.

Auditar o banco de dados é de extrema importância já que entradas indevidas podem ser adicionadas (e.g contas fantasmas), e alguns lixos do ataque.

3 - Proteção extra e monitoramento

Aplicar uma camada a mais de segurança permite dificultar as tentativas de ataque não permitindo a varredura em busca de vulnerabilidades e portas abertas. Não deixe essa responsabilidade somente a cargo da ferramenta de proteção de borda (e.g IPS), por ela ser baseada em Pattern matching nem todos os ataques serão bloqueados e muito cuidado com os falsos positivos já que uma aplicação com falha no código fará com que o IPS entenda qualquer requisição como maliciosa, auditar todos os alertas muitas vezes sem bloqueá-los é o mais recomendado.

O Ossec juntamente com o Splunk, Portsentry, Samhaim e o ModSecurity são ferramentas que auxiliam bastante nesta tarefa. Outro hábito pouco utilizado é a análise dos logs, uma simples busca por palavras como Nikto, Havij, perl, whitehat, Uniscan, acunetix, fuck, scanner, timthumb, pma, phpmyadmin nos logs do Apache e do IIS permitem identificar algumas tentativas de ataque.

4 - Atualização e restrição de acesso

Manter o ambiente atualizado é uma boa prática pouco utilizada muito mais por medo principalmente quando o ambiente é de alta criticidade (e.g SGBDs). Nos ambientes Linux o cron-apt (Debian e derivados) e o Spacewalk (RedHat e derivados) ajudam muito. Sistemas Windows contam com o velho WSUS que geralmente fica esquecido sem a devida atenção.

Restringir o acesso aos ambientes administrativos do site (e.g wp-admin, admin, administration) e o FTP evitando assim ataques de brute-force, outra boa prática é a utilização de senhas fortes, isto soa bastante clichê, porém após analisar algumas áreas administrativas encontrei senhas ridiculas de acesso.

Conclusão

Estas dicas apenas mostram o caminho a ser seguido. Experiência, bom senso e estudo continuo são fatores que diferenciam na resolução dos incidentes e na prevenção.

Última dica: FERRAMENTAS FALHAM.

Blog do autor: http://alexos.org

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