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Convertendo arquivos de áudio com tabelas "cue"

Colaboração: Bruno Buys

Data de Publicação: 07 de maio de 2012

O formato de áudio "ape" não é tão popular quanto o mp3 e o ogg, mas tem seus adeptos. Com ele, é possível colocar um CD inteiro dentro de um único arquivo, e a tabela "cue" dá as dicas de onde começam e terminam as músicas.

Se você tem arquivos codificados desta forma e gostaria de passá-los para formatos mais apropriados para dispositivos móveis, como smartfontes e mp3 players, faça assim:

Instale os pacotes sox, lame, cuetools, vorbis-tools, shntool, monkeys-audio e libmac2.

Agora comande:

  cuebreakpoints tabela.cue | shnsplit arquivo.ape

Isso fará com que a informação da tabela cue seja usada pelo shnsplit para dividir o arquivo de áudio "arquivo.ape". O shnsplit vai criar os arquivos "split-track01.wav" e adicionando na numeração conforme necessário.

Repare que os arquivos originais .ape NÃO são modificados.

Se preferir obter arquivos flac em vez de wav, faça:

  cuebreakpoints tabela.cue | shnsplit -o flac arquivo.ape

Eventualmente você pode ter em vez de arquivos .ape, os originais como .flac ou .wav. Estes são todos formatos lossless, ou seja, sem perdas de informação. O shnsplit vai saber lidar com eles todos, se existirem as bibliotecas necessárias. Para isso os pacotes instalados acima.

Agora, tanto o wav quanto flac já são tocáveis em dispositivos móveis. Mas são muito grandes, e por isso, inconvenientes.

Para converter wav para, por exemplo, mp3, um comando básico seria:

  lame split-track.wav

Com isso o lame cria o respectivo arquivo mp3 de mesmo nome, com qualidade (bitrate) padrão de 128kbps.

Um uso mais elaborado do mesmo lame, agora setando a qualidade para 320kbps (a maior possível pra arquivos mp3) e embrulhando o comando num laço que irá converter todos os arquivos wav do diretório e preservando os nomes, inclusive com espaços, se você os tiver modificado:

  for wav in *wav ; do lame -b 320 -m j -q 0 "$wav"; done
-b 320 seta o bitrate
-m j modo joint stereo
-q 0 influencia a qualidade do mp3 criado, para a melhor possível

(na verdade, -q 0 não é recomendado pela man page do lame por ser muito lento. O recomendado é -q 2)

O bitrate é o parâmetro que mais influencia na qualidade e também no tamanho do arquivo final.

Se você achar que os arquivos ficaram muito grandes, tente com -b 160, ou mesmo omita o parâmetro totalmente, pois aí o lame vai usar o default de 128. Em 128 kbps, 1 minuto de música ocupa aproximadamente 1 MB.

Para converter seus arquivos flac para mp3, novamente usando um laço para maior simplicidade:

  for flac in *.flac ; do sox "$flac" -C 320 "`basename "$flac" .flac`".mp3 ; done

O basename aqui faz a mágica de criação dos nomes de arquivos ;)

O parâmetro -C 320 define a qualidade, como no -b do lame.

Para converter para Ogg, use o oggenc, do pacote vorbis-tools. O oggenc pode converter a partir tanto do flac quanto do wav:

  oggenc split-track01.wav
  oggenc split-track01.flac

Ou então:

  for wav in *wav ; do oggenc "$wav"; done

Até aqui, convertemos os arquivos originais. Porém para alguns players portáteis, é necessário que os arquivos de mídia tenham preenchidos os campos mínimos de metadados ID3, para que o programa de execução de mídia possa "indexá-los". Muito chato, isso, mas necessário. Recomendo o programa "easytag", do pacote de mesmo nome. Preencha pelo menos os campos nome da música e nome do artista. O resto pode ficar em branco.

Boa sorte!

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